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Justiça manda internar novamente homem que matou a tia e arrancou o coração dela após novo episódio de violência em MT

O magistrado destacou que Lumar teria se envolvido em um caso de violência doméstica contra uma mulher e que há sinais de agravamento do quadro psiquiátrico, além da possível interrupção do uso de medicamentos.

Escrito por Samantha Quinzani

18 NOV 2025 - 16H40

PORTAL SORRISO

A Justiça de Mato Grosso determinou o retorno de Lumar Costa da Silva à internação psiquiátrica. Ele é o autor do assassinato da própria tia, crime no qual arrancou o coração da vítima. Após receber alta do Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde (CIAPS) Adauto Botelho, em Cuiabá, há cerca de cinco meses, ele passou a morar em São Paulo com o pai.

A decisão, assinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, na última terça-feira (11), ordena que Lumar seja reconduzido ao Adauto Botelho para nova avaliação médica.

O magistrado destacou que Lumar teria se envolvido em um caso de violência doméstica contra uma mulher e que há sinais de agravamento do quadro psiquiátrico, além da possível interrupção do uso de medicamentos. Esses fatores representam, segundo a decisão, uma “grave violação das condições impostas para a alta” e indicam risco de “reiteração de comportamento violento”.

Com isso, o juiz determinou a retomada do tratamento em ambiente controlado, ressaltando que Lumar não pode ser enviado a uma unidade prisional comum. Ele vivia em Campinas (SP), sob os cuidados do pai, e recebia acompanhamento no CAPS. Na época da alta, mesmo com diagnóstico de transtorno mental crônico e avaliação de periculosidade, a equipe considerou que seu quadro poderia ser manejado com atendimento multiprofissional contínuo — condição que, conforme a Justiça, deixou de ser cumprida.

Lumar matou Maria Zélia da Silva, de 55 anos, em julho de 2019, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Após o assassinato, ele retirou o coração da vítima e o entregou à filha dela. Em 2022, foi absolvido e encaminhado para internação por tempo indeterminado devido ao risco que representava à sociedade.

Relembre o caso

Lumar havia chegado a Mato Grosso poucos dias depois de tentar matar a própria mãe em Campinas (SP). Na época, o delegado André Ribeiro descreveu o comportamento dele como “repugnante” e “perturbado”.

De acordo com a Polícia Civil, ele chegou ao estado em 28 de junho de 2019 para morar com a tia e chegou a distribuir currículos pela cidade. A família relatava que ele era inteligente e bilíngue, mas usuário de drogas. As atitudes dele incomodavam a vítima, que era religiosa. A família chegou a providenciar uma quitinete para que ele deixasse a casa.

No dia 10 de julho, após prestar depoimento, ele afirmou à imprensa que teria ouvido “vozes do universo” orientando-o a cometer o crime. Ele confessou o homicídio e disse não sentir arrependimento.

Posteriormente, foi transferido para a penitenciária de Sinop, onde tentou enforcar outro detento durante o transporte.

Laudos psiquiátricos

Um laudo de 2020 apontou que Lumar tem transtorno afetivo bipolar e não possui condições de conviver em sociedade. Um segundo documento, considerado incompleto pela Justiça, não apresentou conclusões.

O terceiro laudo, do psiquiatra forense Rafael de Paula Giusti, concluiu que o réu apresenta características compatíveis com Transtorno Afetivo Bipolar tipo I, conforme critérios do DSM-5, incluindo períodos de humor expansivo, autoestima exacerbada e agitação, alternados com fases de depressão profunda.

Fonte: G1MT

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