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Produtores de Mato Grosso estocam grãos após superlotação no principal porto de escoamento da soja

A produção de grãos no estado aumenta cerca de 10% ao ano, enquanto a capacidade de armazenamento cresce apenas 3,3%. Para equilibrar essa defasagem até 2034, seria necessário triplicar o ritmo de expansão dos silos.

Escrito por Renan Botega

17 OUT 2025 - 09H57

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Em Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, a falta de capacidade de armazenagem tem se tornado um dos principais desafios do agronegócio. A produção cresce em ritmo muito mais acelerado do que a construção de novos silos, o que obriga os produtores a estocar grãos nas propriedades ou escoar a safra antes do ideal, causando sobrecarga no Porto de Santos, principal via de exportação da oleaginosa.

De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a produção de grãos no estado aumenta cerca de 10% ao ano, enquanto a capacidade de armazenamento cresce apenas 3,3%. Para equilibrar essa defasagem até 2034, seria necessário triplicar o ritmo de expansão dos silos.

O coordenador de inteligência de mercado do IMEA, Rodrigo Silva, destacou que Mato Grosso precisaria ampliar sua capacidade de armazenagem em 11% ao ano para acompanhar o crescimento produtivo e evitar o colapso logístico.

“O estado vem batendo recordes de produção, mas o ritmo de investimento em infraestrutura de armazenagem não acompanha essa evolução. Isso cria um gargalo estrutural que afeta toda a cadeia”, afirmou.

Com o espaço limitado nos armazéns, muitos produtores acabam sendo obrigados a escoar a soja logo após a colheita, o que gera um pico de demanda por transporte ferroviário e portuário. O resultado é uma superlotação no Porto de Santos, especialmente entre março e maio, quando o volume de embarques atinge o ponto máximo.

Segundo o diretor de operações da Ferrovia Interna do Porto de Santos, Edson Citelli, o sistema logístico sofre forte pressão nesse período.

“Quando a safra chega, vem como uma avalanche. Todos precisam entregar ao mesmo tempo, o que desestabiliza o sistema. A falta de regularidade no fluxo de embarques dificulta o planejamento e aumenta o risco de gargalos”, explicou.

O cenário reforça a urgência de investimentos em infraestrutura de armazenagem e transporte, fundamentais para sustentar o avanço da produção agrícola em Mato Grosso e garantir maior eficiência no escoamento para o mercado externo.

Fonte: G1MT

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Por Renan Botega, em Agro

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