A Polícia Civil de Mato Grosso alcançou 100% de esclarecimento de autoria nos casos de feminicídio registrados no estado ao longo deste ano. Entre 1º de janeiro e 26 de novembro, foram contabilizadas 51 mortes violentas de mulheres motivadas por razão de gênero. Do total de suspeitos identificados, 44 estão presos e sete morreram — cinco por suicídio após cometerem o crime e dois em outras circunstâncias. Apenas um investigado permanece foragido, já com mandado de prisão expedido.

O levantamento também revela que 43 inquéritos foram concluídos e encaminhados ao Poder Judiciário, o que representa 84% do total de casos. Outros oito inquéritos, embora com autoria já esclarecida, seguem em tramitação para finalizar os procedimentos formais.

Apesar do alto índice de resolução, a Polícia Civil ressalta que o aumento no número de feminicídios exige atenção redobrada. Segundo a corporação, é necessário fortalecer ações preventivas e promover mudanças culturais que desencorajem comportamentos violentos. “Mesmo com respostas eficientes do sistema de justiça, a prevenção é fundamental. Buscamos transformar a forma de pensar dos agressores”, destacou a instituição.

A delegada-geral, Daniela Silveira Maidel, reforçou que o enfrentamento à violência de gênero vai além da elucidação dos crimes. “Nosso compromisso é impedir que essas ocorrências aconteçam. Por isso, investimos na formação contínua dos policiais e na ampliação de espaços de atendimento humanizado. Já capacitamos mais de 800 servidores e seguiremos ampliando essa rede para acolher, proteger e orientar cada mulher que nos procura”, afirmou.

Atualmente, a Polícia Civil de Mato Grosso possui nove delegacias especializadas, incluindo um plantão 24 horas em Cuiabá, e 28 Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher e Pessoas Vulneráveis. Em municípios como Rondonópolis, Várzea Grande e Alto Araguaia, esses núcleos funcionam integrados a unidades de plantão 24 horas, garantindo atendimento contínuo e descentralizado às vítimas.

Fonte: SECOM-MT