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Após 40 anos de espera, mulher de 101 anos conquista aposentadoria em Roraima

Celeste tentava se aposentar desde 1985, quando tinha 62 anos. Mas só em março de 2025 a Justiça reconheceu seu direito, e em abril ela passou a receber o benefício.

Escrito por Renan Botega

19 SET 2025 - 12H00

Aos 101 anos, Celeste Lucas da Silva finalmente alcançou um sonho que buscava há quase quatro décadas: o direito à aposentadoria. Moradora de Roraima, ela dedicou a vida ao trabalho no campo, criando 15 filhos e sustentando a família com a agricultura.

Celeste tentava se aposentar desde 1985, quando tinha 62 anos. Mas só em março de 2025 a Justiça reconheceu seu direito, e em abril ela passou a receber o benefício.

Nascida em 15 de novembro de 1923, em Bonfim (RR), Celeste cresceu ajudando os pais na roça. Casou-se aos 15 anos com Cirino Trajano, com quem ficou até a viuvez em 1985. Na época, apenas o marido conseguiu se aposentar, já que a lei previa o benefício apenas a um integrante da família, geralmente o homem. Com a morte dele, Celeste passou a receber apenas a pensão.

Mesmo após diversas tentativas, ela enfrentou negativas do INSS por falta de documentos ou por não residir mais na zona rural. O processo foi retomado em dezembro de 2020, quando ela já tinha 97 anos. Após quase cinco anos de espera, o Judiciário finalmente deu ganho de causa à agricultora em março de 2025.

Segundo o advogado Rhichard Magalhães, genro de uma das netas, a conquista só veio depois de uma mudança de estratégia:

“Foi uma luta longa. O INSS não quis reconhecer o tempo já validado pela Justiça. Tivemos que entrar com uma nova ação em novembro de 2024, e só em 2025 conseguimos o reconhecimento definitivo. Hoje temos a sensação de missão cumprida.”

A aposentadoria será essencial para auxiliar nas despesas da centenária, como alimentação, medicamentos, consultas médicas e suplementos.

Uma vida dedicada ao campo

Vó Celeste, como é chamada por familiares e amigos, passou a maior parte da vida no interior da Serra da Lua, onde cultivava banana, mandioca, melancia, mamão e macaxeira.

“Trabalhei na roça, criei todos os meus filhos no interior, plantando e colhendo todos os dias. Meu marido fazia bananada e transportava de carro de boi para vender na cidade”, relembra.

Desde 1991, Celeste vive em Boa Vista. Atualmente mora com a filha mais nova, Elizabeth da Silva Figueiredo, de 64 anos, no bairro Araceli.

Hoje, com a aposentadoria finalmente garantida, a centenária comemora:

“Dou graças a Deus. Estou feliz, recebo minha aposentadoria e a pensão. Faço minhas coisas, compro o que preciso e assim vou vivendo, graças a Deus.”

Fonte: G1

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