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Médico confunde jararaca com cobra inofensiva em atendimento a idoso em Sinop

Segundo o relato, o médico plantonista teria afirmado, mesmo após ver a imagem do animal, que se tratava de uma “papa-pinto”, serpente considerada inofensiva.

Escrito por Samantha Quinzani

16 DEZ 2025 - 13H26

Internet

Um caso de possível negligência médica foi relatado neste fim de semana pelo biólogo e conservacionista Gustavo Figueirôa, após um idoso de 78 anos ser picado por uma jararaca-caiçara (Bothrops moojeni) e buscar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sinop. Segundo o relato, o médico plantonista teria afirmado, mesmo após ver a imagem do animal, que se tratava de uma “papa-pinto”, serpente considerada inofensiva.

De acordo com Gustavo, a cobra envolvida pertence ao gênero Bothrops, conhecido por ser altamente peçonhento. Ele explicou que há soro específico para esse tipo de acidente e que, caso a unidade de saúde não disponha do medicamento, o paciente deve ser encaminhado imediatamente a um hospital de referência. No entanto, segundo o biólogo, isso não ocorreu no primeiro atendimento.

“Eles foram à UPA, mostraram a foto da cobra, e o médico tentou convencer o senhor de que se tratava de uma papa-pinto, uma serpente não peçonhenta. Disse que ele podia ficar tranquilo e que não havia necessidade de fazer nada”, relatou Gustavo.

Ainda conforme o biólogo, a falta de conhecimento técnico do profissional poderia ter colocado a vida do paciente em risco. “Por sorte, uma amiga da família estava falando comigo pelo WhatsApp e eu respondi rapidamente. Orientei que corressem e pedissem a transferência para um hospital que tivesse o soro antibotrópico, que é o antídoto para picadas de jararaca”, afirmou.

Após insistência, o idoso foi transferido para o Hospital Regional, onde recebeu o atendimento adequado. Gustavo ressaltou que médicos não são obrigados a identificar espécies de serpentes, mas têm o dever de buscar orientação especializada antes de descartar um risco grave. “Eles podem entrar em contato com centros de referência, como o Instituto Vital Brazil, ou com biólogos. O que não pode é afirmar algo com certeza sem conhecimento técnico”, criticou.

A filha do idoso informou que ele recebeu alta hospitalar na tarde desta segunda-feira. “Graças a Deus, a cobra não chegou a cravar bem as presas. Como ele limpou o local e tem a pele mais grossa, não dava para identificar a marca da picada. No hospital, pediram para observar possíveis sintomas, como confusão mental, febre ou aparecimento de manchas roxas na pele”, relatou.

Fonte: BOMBEIROS - MT

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Por Samantha Quinzani, em Polícia

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