Há quem diga que as pessoas não mudam. Que são como são, desde sempre, como se fossem rochas moldadas por um único sopro do acaso. Mas essa é, talvez, uma das maiores mentiras que a gente conta pra si mesmo quando não quer lidar com a inconstância da vida.
As pessoas mudam. E não é só porque querem — muitas vezes, mudam apesar de si. Mudam porque o tempo empurra, porque o corpo exige, porque o mundo desafia. A mudança é tão inevitável quanto um outono que chega sem pedir licença: uma folha cai ali, outra acolá, e quando a gente se dá conta, já está usando outra pele.
Tem gente que muda com a idade — e isso é quase poético. É a mudança dos cabelos que prateiam, das costas que encurvam, do olhar que desacelera. Mas não é só o corpo que se transforma: muda-se também o gosto pela vida. O que antes era urgência, vira cautela. O que era barulho, vira silêncio necessário. A juventude quer correr; a maturidade escolhe onde pisa.
Outros mudam por dentro. Um luto, uma perda, uma frustração amorosa, uma vitória amarga. Às vezes, é o gatilho de um transtorno psíquico que revela uma nova versão de alguém que nem se reconhece mais. A ansiedade passa a ditar o ritmo dos dias, a depressão altera a paleta de cores da realidade. E não é frescura, não é escolha: é vida acontecendo de forma intensa demais para se manter igual.
Há ainda as mudanças sazonais — essas que vêm como as marés. De tempos em tempos, a pessoa muda o corte de cabelo, muda de casa, de crença, de ideia. Troca o jeans pela calça de moletom, o café forte pela meditação matinal, o vício em rede social pelo vício em si mesma. Às vezes é fase. Às vezes é fuga. Às vezes é reencontro.
E nem todas as mudanças são boas. Isso também é verdade. Há hábitos ruins que surgem como quem oferece colo: o cigarro, o copo a mais, a compulsão que disfarça o vazio. Muda-se para escapar da dor, mas nem sempre o esconderijo é seguro. O que era defesa, vira prisão.
Mas mesmo isso — mesmo as más escolhas — são partes da jornada. Porque mudar é o que nos torna humanos. É sinal de que estamos vivos, tentando. O que não muda é estátua.
E, no fundo, a beleza da vida está justamente aí: em não sermos hoje os mesmos de ontem. Em podermos, ao menos, ser diferentes amanhã. Porque viver é isso: um eterno ensaio para ser melhor — ou, se não melhor, ao menos mais verdadeiro.
Sim, as pessoas mudam. E ainda bem.
Autora: Simoni Bergamaschi.
Advogada, cronista, mãe, filha, irmã, cunhada, tia e amiga!!
Fonte: Simoni Bergamaschi
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