O nível do Rio Paraguai aumentou nesta quarta-feira (23) para 4,34 metros, segundo o marcador fluvial de Cáceres, a 250 km de Cuiabá. Isso se deve ao período chuvoso do início de ano e traz alívio aos ribeirinhos da região.
Este número é o maior registrado desde março de 2020, quando as águas estavam em 4,40 metros.
Em julho do ano passado, o nível estava tão baixo que os moradores conseguiam atravessá-lo a pé, o que não era visto desde 1965, quando começou a observação do Monitoramento Hidrológico, do Serviço Geológico do Brasil.
O Rio Paraguai drena uma das maiores áreas alagadas, que é o bioma Pantanal. Com a estiagem do ano passado, o baixo nível do rio impactou no meio ambiente e também teve reflexos na economia do comércio fluvial e dos ribeirinhos da região.
A hidrovia é usada para escoar a produção de grãos e minérios para exportação. Em 2021, várias embarcações ficaram encalhadas no porto devido à seca do rio, acumulando prejuízos financeiros aos proprietários e comerciantes. Após as chuvas, as condições voltaram a favorecer a navegação no rio.
Outro problema que ronda a região é o abastecimento de água. Alguns municípios estão planejando captação de água alternativa com o uso de bombas móveis.
O Rio Paraguai nasce na Chapada dos Parecis, e segue na direção sul, percorre o limite entre os biomas da Amazônia e do Cerrado, adentrando no Pantanal, na região de Cáceres, por onde segue até deixar o Brasil para o Paraguai.
Desde sua cabeceira, o Rio Paraguai drena para as regiões de depressão da planície do Pantanal, sendo o principal canal de drenagem da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Possui uma extensão total de 2.621 km, dos quais 1.693 km se dão na RH-Paraguai, desde sua nascente até a foz do Rio Apa.