O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que a sinalização de greve do Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso (Sindspen-MT) é lamentável, e que não será com pressão que a categoria conseguirá alcançar seus pedidos junto à administração pública. A deflagração de greve foi aprovada na última quarta-feira (8), e até a manhã desta sexta-feira (10) Mauro não havia se reunido com os manifestantes.
“Eu lamento profundamente que eles estejam adotando esse caminho da pressão para obter algum tipo de negociação. Eu não gosto muito desse caminho, até porque eu não pressiono ninguém quando eu quero. Eu procuro convencer, procuro convencer a Assembleia, nunca partir para cima da Assembleia para aprovar os projetos lá. Eu chamo os deputados, peço para o meu líder, explico, apresento os argumentos para que haja um convencimento. Um processo de embate nesse momento não é muito democrático, eu respeito, porém eu digo, não é um bom caminho para se obter um bom resultado”, afirmou na última quinta-feira (9).
Na manhã desta sexta-feira (10), a inauguração de duas alas da Penitenciária Central do Estado (PCE), que estavam programadas para acontecer às 8h30, foram canceladas. Segundo fontes do Olhar Direto, a inteligência da Casa Militar pontuou que haveria risco para governador e imprensa caso o evento acontecesse. Os manifestantes estavam na PCE desde as primeiras horas da manhã.
O Sindicato da Polícia Penal (Sindispen) de Mato Grosso, votou pelo estado de greve na última quarta-feira (8) em todo estado. A categoria luta é pela equiparação salarial com outras carreiras da segurança pública e melhoria salarial do servidor que atua diariamente com risco em penitenciárias e cadeias de todo estado.
Em 2017, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou que profissionais ligados diretamente à área da segurança pública não poderiam fazer greves. Segundo Mauro, o governo do Estado usará desta decisão. “Eu sou um cara que procura aplicar e sempre aplico corretamente a legislação vigente sobre a qual eu estou judicionado. A greve a já tem enormes pronunciamentos jurídicos do Supremo Tribunal Federal a respeito. Então tenha certeza, o estado do Mato Grosso vai aplicar aquilo que já existe decisão em todos os tribunais a respeito desse tema”, afirmou.